Ao longo da história do Ocidente a palavra “prudência” adquiriu novos significados. Na Modernidade o conceito de prudência ganhou uma maior “mundanidade” por ter ganhado uma conotação ainda mais próxima ao seu aspecto prático. Na obra de Baltasar Gracián este termo tem o sentido de “sabedoria de vida”. O autor menciona tal palavra apenas uma vez nesta obra: “Da grande sindérese. É o trono da razão, base da prudência com a qual custa pouco o acertar. É dadiva do céu e a mais desejada, por ser primeira e melhor”. Gracián dirige-se ao indivíduo que, diferentemente da Idade Média, já se encontra envolto em diferentes autonomias. É a autonomia moral que se torna o foco deste breviário. O seu intuito é ajudar qualquer um a sobreviver no mundo ordinário, no cotidiano da vida.
Baltasar Gracián
Baltasar Gracián nasceu em Belmonte, região de Calatayud, província de Zaragoza, Espanha, em 8 de janeiro de 1601 e morreu em Tarazona, também província de Zaragoza, em 6 de dezembro de 1658. Escritor jesuíta espanhol da Idade de Ouro que cultivou a prosa didática e filosófica, e que, com seus “conselhos para a vida”, tornou-se um dos primeiros autores de livros de sucesso. Dentre as obras mais importantes de Gracián encontra-se A arte da prudência, uma obra que reúne trezentos aforismas endereçados ao homem comum, e o romance O Criticon, uma das obras mais importantes de toda literatura espanhola. Sua qualidade é comparada a Dom Quixote de Miguel de Cervantes.
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