Há duas lições de Wittgenstein nas Investigações que exercem grande influência e desempenham um importante papel para o pensamento sobre a questão da normatividade. Ambas são caras para o desenvolvimento do argumento de Kripke (1982). Uma delas é sobre a questão da interpretação, que, em síntese, afirma a impossibilidade de uma interpretação determinar o significado. Essa reflexão é constitutiva da crítica de Kripke a qualquer doutrina factual sobre o significado e, portanto, de sua compreensão sobre a determinação da normatividade. A outra lição versa sobre a questão da justificação, voltada para a ideia de um seguimento cego de regras, apontando à prática. Kripke a usa como critério para legitimar o desafio e a solução céticos, tornando-os aparentemente plausíveis. Explorar as várias implicações dessas lições para o pensamento da normatividade constitui o principal objetivo deste trabalho.
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